Assistindo notícias e contra-notícias da operação de busca e resgate do AF447, a sensação é de despreparo e pequenez do Brasil pra lidar com assunto de tamanha relevância. E aqui não se fala de competência operacional. Aliás, Aeronáutica e Marinha atestam determinação e eficiência no comando prático da ação. Tia Cléa avalia e eu concordo, ao seu lado no sofá, que a estratégia, o comando geral é que parece displicente – quando não sádico-midiático.
A imprensa exige um ritmo descabido para a realidade de uma operação de resgate. Desde o início. Lula fez que não era com ele e passou a bola adiante. Com a batata quente nas mãos e louco por flashes, o ministro da Justiça respondeu com factóide. Precipitação e precisão até rimam, mas não resolvem – antes, pioram a situação. Mas deu sorte, o Jobim, depois do vexame. A estratégia operacional militar estava correta, logo deu certo. Salvou a cara do ministro, mas sujou a do Brasil. De qualquer modo, tirou o político de cena e o colocou em seu devido lugar.
Em seguida, a pressa seguiu seu destino. Eram 16 ou 17 corpos? Imaginamos o Jobim com fardamento camuflado, gorro na cabeça: “Nós falamos 17 corpos. Ninguém aqui falou que eram todos humanos. Um dos corpos era de um golfinho, morto num ataque de tubarões”. Maldade do cronista. Mas o resultado da nossa atuação enquanto nação coordenadora do processo de resgate dos destroços de uma tragédia mundial está sendo da mesma maneira trágico e histórico.
Acima de qualquer coisa, há 228 famílias fartas de dor e esperança. Famílias torturadas pelo nosso sangue latino, pela displicência com que lidamos com tudo ao sul do equador. Nosso povo se envergonha e chora a dor das famílias – torcemos juntos por um milagre.
Precisamos ser tratados com respeito. Lamentamos que “o cara” não tomou peito por justiça, como o povo esperava que fizesse. Normal seria Lula chorar como nós, mas numa visita às famílias, onde quer que elas estivessem. Tudo com um mínimo de protocolo, que seria sensivelmente quebrado - e ficaríamos orgulhosos desse "jeitão" nacional. Mas ele não fez nada. “Deve estar acontecendo alguma coisa, mas ele vai fazer”, confia Tia Cléa, que nunca votou em Lula.
A imprensa exige um ritmo descabido para a realidade de uma operação de resgate. Desde o início. Lula fez que não era com ele e passou a bola adiante. Com a batata quente nas mãos e louco por flashes, o ministro da Justiça respondeu com factóide. Precipitação e precisão até rimam, mas não resolvem – antes, pioram a situação. Mas deu sorte, o Jobim, depois do vexame. A estratégia operacional militar estava correta, logo deu certo. Salvou a cara do ministro, mas sujou a do Brasil. De qualquer modo, tirou o político de cena e o colocou em seu devido lugar.
Em seguida, a pressa seguiu seu destino. Eram 16 ou 17 corpos? Imaginamos o Jobim com fardamento camuflado, gorro na cabeça: “Nós falamos 17 corpos. Ninguém aqui falou que eram todos humanos. Um dos corpos era de um golfinho, morto num ataque de tubarões”. Maldade do cronista. Mas o resultado da nossa atuação enquanto nação coordenadora do processo de resgate dos destroços de uma tragédia mundial está sendo da mesma maneira trágico e histórico.
Acima de qualquer coisa, há 228 famílias fartas de dor e esperança. Famílias torturadas pelo nosso sangue latino, pela displicência com que lidamos com tudo ao sul do equador. Nosso povo se envergonha e chora a dor das famílias – torcemos juntos por um milagre.
Precisamos ser tratados com respeito. Lamentamos que “o cara” não tomou peito por justiça, como o povo esperava que fizesse. Normal seria Lula chorar como nós, mas numa visita às famílias, onde quer que elas estivessem. Tudo com um mínimo de protocolo, que seria sensivelmente quebrado - e ficaríamos orgulhosos desse "jeitão" nacional. Mas ele não fez nada. “Deve estar acontecendo alguma coisa, mas ele vai fazer”, confia Tia Cléa, que nunca votou em Lula.
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