simples, certeiro e revelador
O excelente blog da Petrobras abre um novo momento no universo jornalístico. A grande mídia tupiniquim sempre se aproveitou do monopólio da informação e agora se mostra indignada com a possibilidade do contraponto nu e cru às suas imensas barrigas ser exposto democraticamente a quem tem acesso à internet. Sacada genial da equipe de comunicação da estatal - "a relação entre a Petrobras e os veículos de comunicação que a interpelam é essencialmente pública", vaticina o blog (http://www.petrobrasfatosedados.wordpress.com/). O escudo anti-mídia ainda cumpre o papel de tornar pública a imensa fragilidade argumentativa dos senhores brasileiros da informação. Viva a blogsfera!
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o que será que será?
E por falar nisso, é importante entender os interesses por trás de tamanha ofensiva contra a empresa brasileira. O lugar comum fala de eleições, possível calcanhar de aquiles do Governo Lula, chance única da oposição virar o jogo pra 2010... tsc tsc tsc... Claro que depois de aberta a caixa de pandora, dali pode sair qualquer coisa. Mas pra isso, não carecia de ser a Petrobras - qualquer empresa pública brasileira é uma grande caixa de pandora em potencial. O buraco é mais em cima.
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perguntem ao capital...
Quando foi descoberto o Campo Tupi (e sua vizinha Iara), o desde então famoso pré-sal, desmoralizar a Petrobras se tornou uma obsessão pros grandes interesses privados mundiais. Num momento-limite dos estoques de petróleo ao redor do mundo, eis que, no Brasil, surge uma das maiores reservas já descobertas (no mínimo, cerca de 100 bilhões de barris). De tal envergadura, que transforma o país em gigante do combustível que tem movido o planeta nos últimos 100 anos. Tal riqueza jamais poderá ficar nas mãos do Estado. Das duas, uma: ou Lula entrega o pré-sal pro capital internacional, ou ele o arranca de suas mãos - como sempre fez com todas as riquezas de todos os cantos do mundo, atravéz da história.
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e o cara, hein?
Pelo seu histórico de governo, Lula entrega as riquezas, mantendo um pequeno espaço pra interferência estatal. Acontece que desde o início desta crise, ele tem atuado mundialmente pela retomada do comando da economia pelo Estado. É o velho desenvolvimentismo aproveitando a crise. Desde sempre, Lula tem como meta tornar seu governo num marco na História do Brasil - e isso passa necessariamente pela condução do processo de exploração do pré-sal. O presidente sabe disso, e tem afirmado e reafirmado que o dinheiro do pré-sal será utilizado para uma "revolução na educação". Tanto a palavra revolução, quanto a perspectiva do dinheiro estar nas mãos do Estado (e, principalmente, a serviço da educação) causam convulsões nos liberais e neoliberais de plantão.
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mas como?
Pra acontecer a tal "revolução", é fundamental que o Estado brasileiro fique com a maior fatia do bolo do pré-sal - cabendo à iniciativa privada a exploração remunerada. Para isso, o governo está quase convicto de utilizar o modelo de partilha, nos campos de Tupi e Iara. Neste modelo, o monopólio é estatal e o Estado contrata empresas com as quais vai partilhar o lucro.
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negócio da china
Lula corre por fora pra garantir à estatal condições de avançar em tecnologia pra que o petróleo volte a ser nacionalizado (na era FHC, o sistema garantia propriedade dos campos leiloados às multinacionais) e a tal "revolução da educação" saia do discurso vazio pra possibilidade concreta (sonho de 8 em cada 10 brasileiros). Nesse sentido, podemos citar o empréstimo à Petrobrás de U$ 10 bilhões, negociado pessoalmente por nosso presidente junto ao governo chinês, em troca de petróleo mais barato.
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fique de olho
Até o dia 15 de junho (esta semana), o grupo interministerial criado pra elaborar a proposta de exploração do pré-sal que será encaminhada ao Congresso Nacional apresenta resultado. Tudo aponta prum modelo de leilão de áreas de exploração regido pela partilha. É o mais lucrativo para o Estado brasileiro. O capital não se conforma com menos do que todo lucro possível, e seus vassalos tupiniquins já fazem estardalhaço pra desmoralizar e desmontar a Petrobrás - como tanto tentaram fazer durante a era FHC.
O excelente blog da Petrobras abre um novo momento no universo jornalístico. A grande mídia tupiniquim sempre se aproveitou do monopólio da informação e agora se mostra indignada com a possibilidade do contraponto nu e cru às suas imensas barrigas ser exposto democraticamente a quem tem acesso à internet. Sacada genial da equipe de comunicação da estatal - "a relação entre a Petrobras e os veículos de comunicação que a interpelam é essencialmente pública", vaticina o blog (http://www.petrobrasfatosedados.wordpress.com/). O escudo anti-mídia ainda cumpre o papel de tornar pública a imensa fragilidade argumentativa dos senhores brasileiros da informação. Viva a blogsfera!
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o que será que será?
E por falar nisso, é importante entender os interesses por trás de tamanha ofensiva contra a empresa brasileira. O lugar comum fala de eleições, possível calcanhar de aquiles do Governo Lula, chance única da oposição virar o jogo pra 2010... tsc tsc tsc... Claro que depois de aberta a caixa de pandora, dali pode sair qualquer coisa. Mas pra isso, não carecia de ser a Petrobras - qualquer empresa pública brasileira é uma grande caixa de pandora em potencial. O buraco é mais em cima.
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perguntem ao capital...
Quando foi descoberto o Campo Tupi (e sua vizinha Iara), o desde então famoso pré-sal, desmoralizar a Petrobras se tornou uma obsessão pros grandes interesses privados mundiais. Num momento-limite dos estoques de petróleo ao redor do mundo, eis que, no Brasil, surge uma das maiores reservas já descobertas (no mínimo, cerca de 100 bilhões de barris). De tal envergadura, que transforma o país em gigante do combustível que tem movido o planeta nos últimos 100 anos. Tal riqueza jamais poderá ficar nas mãos do Estado. Das duas, uma: ou Lula entrega o pré-sal pro capital internacional, ou ele o arranca de suas mãos - como sempre fez com todas as riquezas de todos os cantos do mundo, atravéz da história.
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e o cara, hein?
Pelo seu histórico de governo, Lula entrega as riquezas, mantendo um pequeno espaço pra interferência estatal. Acontece que desde o início desta crise, ele tem atuado mundialmente pela retomada do comando da economia pelo Estado. É o velho desenvolvimentismo aproveitando a crise. Desde sempre, Lula tem como meta tornar seu governo num marco na História do Brasil - e isso passa necessariamente pela condução do processo de exploração do pré-sal. O presidente sabe disso, e tem afirmado e reafirmado que o dinheiro do pré-sal será utilizado para uma "revolução na educação". Tanto a palavra revolução, quanto a perspectiva do dinheiro estar nas mãos do Estado (e, principalmente, a serviço da educação) causam convulsões nos liberais e neoliberais de plantão.
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mas como?
Pra acontecer a tal "revolução", é fundamental que o Estado brasileiro fique com a maior fatia do bolo do pré-sal - cabendo à iniciativa privada a exploração remunerada. Para isso, o governo está quase convicto de utilizar o modelo de partilha, nos campos de Tupi e Iara. Neste modelo, o monopólio é estatal e o Estado contrata empresas com as quais vai partilhar o lucro.
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negócio da china
Lula corre por fora pra garantir à estatal condições de avançar em tecnologia pra que o petróleo volte a ser nacionalizado (na era FHC, o sistema garantia propriedade dos campos leiloados às multinacionais) e a tal "revolução da educação" saia do discurso vazio pra possibilidade concreta (sonho de 8 em cada 10 brasileiros). Nesse sentido, podemos citar o empréstimo à Petrobrás de U$ 10 bilhões, negociado pessoalmente por nosso presidente junto ao governo chinês, em troca de petróleo mais barato.
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fique de olho
Até o dia 15 de junho (esta semana), o grupo interministerial criado pra elaborar a proposta de exploração do pré-sal que será encaminhada ao Congresso Nacional apresenta resultado. Tudo aponta prum modelo de leilão de áreas de exploração regido pela partilha. É o mais lucrativo para o Estado brasileiro. O capital não se conforma com menos do que todo lucro possível, e seus vassalos tupiniquins já fazem estardalhaço pra desmoralizar e desmontar a Petrobrás - como tanto tentaram fazer durante a era FHC.
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hoje, no Roda Viva
pros leitores que chegaram até aqui, um presentinho: o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, será a atração do Roda Viva, às 22h30, na TV Cultura. Os mais apressadinhos poderão assistir ao vivo pela internet, a partir das 18h30, no http://www.iptvcultura.com.br/. Desde as 17h30 os preparativos do programa já vão estar no ciberespaço. Imperdível.
pros leitores que chegaram até aqui, um presentinho: o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, será a atração do Roda Viva, às 22h30, na TV Cultura. Os mais apressadinhos poderão assistir ao vivo pela internet, a partir das 18h30, no http://www.iptvcultura.com.br/. Desde as 17h30 os preparativos do programa já vão estar no ciberespaço. Imperdível.
Ótima análise, galego! O buraco é mais em cima mesmo!
ResponderExcluirIsso isso, Mag. Em terra de Petróleo, quem tem política é rei!
ResponderExcluirMag, tu tens razão. A dita grande imprensa quer mesmo é controlar tudo. Mas prest'enção, cara, que tu já trabalhaste por lá! Separemos, pois, quem manda e quem obedece! E aqueles trabalhadores braçais que procuram (ainda) fazer um bom jornalismo também ainda anseiam pelos seus furos, por dar a notícia em primeira mão. E é aí que esse blog suspeito entra em cena. Se por um lado democratiza a informação, por outro, sob esse manto, tenta intimidar repórteres honestos que tentam investigar a fundo. Afinal, se fôssemos depender de CPIs no Congresso pra esclarecer denúncias de corrupção, isso aqui era o paraíso dos corruptos. Mas vejamos se esse blog tem peito de responder perguntas mais sérias, como nomear as qualidades técnicas dos indicados políticos para a diretoria da Petrobras, ou sobre os currículos dos responsáveis pelas licitações da empresa...
ResponderExcluirAbraço do leitor!