sexta-feira, 19 de junho de 2009

o tucano está nú!



ocaso tucano em rede nacional
Quem assistiu nesta terça-feira as inserções do PSDB nos intervalos do horário nobre deve ter pensado: que lástima! Os social-democratas praticamente inventaram o moderno marqueting político, com FHC, e agora expõe pras salas de todo o Brasil sua própria falta de rumo e unidade. Na verdade, copiaram o modelo do Bill Clinton, mas tudo bem. As duas vinhetas de 30 segundos deixaram no ar a impressão de um partido confuso, desnorteado e dividido. Aliás, pareciam feitas por dois grupos diferentes - dois partidos sob uma mesma sigla?

Aécio em primeiro, Serra em quinto
A primeira vinheta tinha a clara intenção de projetar o mineiro Aécio Neves pruma possível candidatura presidencial em 2010. O neto de Tancredo foi apresentado como o “melhor governador do Brasil”, segundo pesquisa da Folha de São Paulo. No mínimo curioso: na capa do jornal apresentado, mesmo este míope cronista conseguiu ler: “Serra caiu de terceiro pra quinto lugar”.

requentando o fadado Choque de Gestão
Em tempos de Estado fortalecido té nos estêites, o comercial apostou no neoliberal “Choque de gestão” apresentado ao país pelo próprio Aécio em Minas, pelo Alckmin em São Paulo e pela Yeda Crúcius no Rio Grande do Sul (ela ainda está no cargo? - maldade do cronista...). “Gastar menos com o Governo e mais com as pessoas”, o resumo, uma subjetividade. Sem tempo pra aprofundamentos, foram citadas por alto uma ação na área de Educação e outra na área de Saúde como cartões de visita de Aécio Neves e do tal choque de gestão.

de volta à estética FHC
A outra vinheta começou com um bolo de aniversário, lembrando “conquistas do PSDB”. A saber: Medicamentos genéricos (10 anos), Plano Real (15 anos) e Seguro desemprego (20 anos). Em seguida, o VT se concentra na figura do governador paulista, José Serra. Quem assistiu as eleições de 2002 e acompanhou o tucano nos noticiários nos últimos anos deve ter notado um esforço hercúleo pra desfazer a pecha de “chato” grudada na alongada testa do ex-ministro da Saúde.

neurociência cognitiva, ou idealismo vazio?
Na fala de Serra, há de se pontuar o abandono tucano tanto aos ataques ao Governo Lula quanto ao histórico discurso técnico do partido. Parecia um guru indicando o caminho da felicidade: “É assim que o PSDB enfrenta os momentos de dificuldade: acreditar no Brasil e na força dos brasileiros; com fé no futuro e esperança”. Faltou indicar o endereço do templo.

projeto? Candidato? Posicionamento político?
O resumo aponta um PSDB perdido e indeciso. Não tem mais projeto pro país? Não consegue unidade sequer pra bolar duas vinhetas pro horário nobre? Não é mais oposição ao Governo Lula, apenas uma alternativa? O PSDB dormiu no ponto e parece estar cego – deve até mudar seu mascote, mas não há consenso entre o morcego e a coruja.

terça-feira, 16 de junho de 2009

control C control V

"Eu tenho uma biografia, nunca alguém associou minha vida pública ao nepotismo" - José Sarney



Taí abaixo, copiado fielmente do Blog do Noblat .


"Sarney diz que não errou e que não deixa presidência

Trechos da entrevista concedida por José Sarney (PMDB-AP), presidente do Senado, a Fernando Rodrigues e Valdo Cruz:

O sr. contratou a Fundação Getúlio Vargas para fazer uma reforma administrativa no Senado. Agora, o sr. também tem aparecido em meio a acusações de comportamento impróprio. O que aconteceu?

Olha, eu acho que eu tenho um nome que deve ser julgado com respeito pelo país. Eu tenho uma biografia, nunca alguém associou minha vida pública ao nepotismo. Os fatos que colocaram estou mandando examinar. O que estiver errado, se corrija. Se eu tiver algum erro, eu sou o primeiro a corrigir. Mas acho que nunca conduzi de outra maneira que não fosse com correção.

E o caso do seu neto, contratado pelo senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA)?

Depois de eu ter sido tudo, se eu fosse acusado de ter nomeado um neto era realmente um julgamento que seria injusto. Eu não pedi ao senador. Disse isso e ele confirmou. E, se ele tivesse me consultado, teria sido o primeiro a dizer não.

(...) Seu neto saiu por conta do nepotismo, mas entrou no lugar a mãe dele. O sr. soube disso?

Eu não sou responsável pelo gabinete do Cafeteira.

O que o sr. acha da afirmação do senador Cafeteira de que nomeou seu neto por dever favores a seu filho, Fernando Sarney?

Você acha que eu, como presidente do Senado, tenho minha biografia, vou discutir uma coisa dessa? Não vou discutir um assunto desse. Minha resposta para vocês é essa.

E os outros casos relacionados ao sr.: duas sobrinhas empregadas em gabinetes de senadores, de Roseana Sarney (PMDB-MA) e de Delcídio Amaral (PT-MS).

Esse é um caso que está sendo estudado, porque parece que ele foi colocado agora. Eu pedi para ser investigado. Eu acho que há uma certa armação no caso da Roseana, na publicação de que foi ato secreto. Esse problema, que não é meu, a chefe de gabinete dela diz que os dados não conferem. Está sendo analisado.

E do Delcídio?

Do Delcídio, eu realmente pedi a ele, uma sobrinha da minha mulher, funcionária de carreira do Ministério da Agricultura, mudou-se para Mato Grosso do Sul, pedi que ela fosse requisitada para trabalhar no gabinete dele. Eu acho que não tem nenhum erro em ter feito esse pedido a ele.

Há atos secretos?

Estou convencido de que há muitas falhas, que pode ter havido não publicações. Vamos examinar.

O ex-diretor-geral do Senado Agaciel Maia disse que os senadores conheciam os atos secretos. É correta a afirmação?

Eu nunca soube.

Mas o que aconteceu? Os atos não eram públicos...

Não sei. Isso nós estamos tentando apurar.

(...) Até agora, nenhum congressista foi punido e poucos devolveram dinheiro gasto indevidamente. Isso não produz uma sensação de impunidade?

A população pode até contestar a validade do Congresso. A democracia não vive sem Parlamento. E Parlamento fraco, desmoralizado, é desejo de segmentos da sociedade.

Esse enfraquecimento não ocorre por causa da resposta tímida dos congressistas? No episódio do auxílio-moradia pago indevidamente, inclusive ao sr., não seria o caso de todos devolverem o dinheiro?

Nunca tinha recebido auxílio-moradia. Recebi por oito meses. Mandei interromper ao saber. Quanto aos outros, cada um fará o seu julgamento.

O sr. devolveu o dinheiro ao Senado?

Vou ressarcir. Está em estudo como é que se deve proceder. Isso será um gesto pessoal, meu.

O sr. se arrepende de sua candidatura a presidente do Senado? Pensou em renunciar?

Não. Minha vida foi sempre feita de desafios. Vou exercer até o fim."

segunda-feira, 15 de junho de 2009

ao menos a seleção começou vencendo



Hoje era dia de médico, mas não fui consultado. Na verdade era o retorno de uma consulta do mês passado. Clínica particular, R$ 250 pra olhar pra médica, mas saibam o que me aconteceu. Antes do hoje, o contexto.

A primeira visita a esta médica esteve cercada de curiosidades:- consulta a R$ 250, é? e não atende por hora marcada, é? e é na Caxangá, é, no meio daquelas agências de veículos? vixe! -. O espanto não foi maior que a espera: havendo chegado às 8h, sendo o primeiro da fila, ser atendido próximo das 10h30.

A consulta foi ótima, a médica transmite bastante competencia. Nem parecia a mesma clínica da sala da espera.- Pois é, doutora, eu acho que entrei pela porta errada. Paguei por uma consulta sua, mas fiquei sentada na clínica ao lado, até sua competente equipe me encontrar -. Em alguns minutos até me sentia menos doente. Saí da salinha com receita e marquei o retorno no prazo combinado: Hoje.

Hoje saí de casa pessimista. Lembrei das duas horas e meia de espera na consulta anterior. Não engolia uma consulta tão cara sem sequer hora marcada, mas vamos lá - era retorno. Jogo do Brasil às 11h. Na pior das hipóteses, assistiria na mesma sala de (tortura) espera da outra vez.

Sentei. Entre a nova mansão de uma modelo famosa e a opinião do seu marido - um bilionário investidor raparigueiro de marca maior - fiquei com a edição da Exame (relatório econômico 2006). Durante algum tempo, a diversão ficou por conta do absurdo total das previsões - quando dei conta do mundo em que vivemos. Depois de ler toda a Exame, recebi uma mensagem de amor no celular. Convite pruma conversa pelo MSN - provavelmente a última em no mínimo dois meses.

Na recepção, conferi: a doutora ainda não havia concluído a segunda consulta do dia, em quase duas horas de expediente.

- Moça, faltam quantas pessoas, na minha frente?
- Carlos Henrique, né? Tem mais duas consultas antes da sua.
- Tá, e onde tem uma lan house, por aqui?
- Se o senhor sair da clínica, eu sou obrigada a passar as outras pessoas na sua frente.
- Como?
- É norma da clínica.
- E se eu voltar em 20 minutos, uma hora e meia antes de chegar a minha vez?
- É a norma da clínica, senhor.

E pode haver essa norma? Muito indignado, sentei de volta, retornei a mensagem, folheei algo mais e por fim fui conferir na Caras a tal mansão bilionária da modelo gostosa. Conheci todas as mansões. Algumas trocaram de donas como as donas de maridos. O mesmo megaempreempresário conheci em várias edições; em cada edição, a mesma declaração de amor eterno a uma nova e definitiva companhia.

Da TV, a teleentrega de comida chinesa me fez notar o corpo fraco, faminto. Depois veio a propaganda de cerveja, e a vinheta horrorosa da Copa das Confederações. ãh?! Isso também foi o que pensei. No celular, 10h58. Ao menos não havia sofrido tanto tédio quanto da outra vez. Coméééééça o jogo.

Não dá pra esperar do time do Dunga nenhum espetáculo, mas Kaká ajuda o professor e Luís Fabiano representa como ninguém um estilo de artilheiro poderoso. Nada de futebol bonito: gols é o que tivemos. O do egito mostrou uma defesa canarinha fraquinha, fraquinha. Primeiro tempo: 3x1.

O segundo tempo aumentou minha angústia. Parecia o Sport, em campo: displicência, baixa capacidade técnica, desorganização. Não deu outra: 3x3 e pressão dos dois lados - igualmente jogo ruim dos dois lados. Aos 45 um egípcio evita um gol com um braço, pênalti: Kaká Brasil 4x3. Fim do jogo. Minha barriga agora ronca escandalosamente - e ainda vou voltar pra casa de bicicleta...

Uma senhora entra na sala e me diz que o próximo sou eu. Agradeço e fico feliz, até o revés:- Mas eu queria pedir ao senhor que ceda a vez, porque eu estou fazendo quimioterapia e não me aguento em pé.- Claro, senhora -. Passou mais meia hora e nem eu nem a senhora ali fomos atendidos.

Na recepção, comentei o assunto

- o senhor cedeu a vez porque quis.
- a senhora faria diferente?

Pela porta entra um caso nitidamente mais sério e tanto eu quanto a senhora da quimio cedemos passagem - 15 minutos depois, quando a médica abriu a porta. Não aguentei. Minha consulta de retorno será apenas quinta-feira após o São João - e será a última com aquela doutora.

domingo, 14 de junho de 2009

o lobo mau na CG125

Já é a segunda vez que vejo na minha aldeia (Linha do Tiro, entre a Rodinha, Água Fria e Beberibe) um motoqueiro mascarado. Da primeira vez aquela cara de lobo no capacete sem queixo pareceu até engraçada. Desta fiquei preocupado. É de se preocupar, estou certo?

sábado, 13 de junho de 2009

Blog da Petrobras: resumão do cronista



Cercada pela proximidade de uma CPI sem objeto específico de investigação (ou seja: devassa e exposição midiática), a Petrobras se arma no ataque. Ataque aos agentes do perigo: a CPI e a própria imprensa. A CPI nasce das mãos do senador Álvaro Dias, coronel paranaense de longeva estirpe, com a missão de derrubar a popularidade (80% é covardia...) do governo Lula e mudar a correlação de forças pras eleições de 2010. A imprensa (no caso a “grande mídia”) encontra-se em litígio aberto com a estatal desde quando os interesses do grande capital se voltaram pro petróleo tupiniquim. A tática da estatal foi um blog onde a empresa publica dados e fatos que lhes são convenientes nesta peleja.

Acontece que a publicação no blog de respostas enviadas a jornalistas, antes mesmo da matéria ser escrita ou ir às bancas, cutucava a relação entrevistador-entrevistado. A exclusividade e o sigilo até o estouro da matéria nas bancas são instrumentos do repórter, direitos de quem questiona para verificar fatos e teses até ter um ponto de vista definido: a reportagem. Pro repórter, a assessoria de imprensa funciona como uma biblioteca, e o bibliotecário não tem direito de dizer a ninguém os livros q`aquele poeta anda lendo - no tempo certo, o livro do poeta será publicado e todo mistério pode vir à tona.

A quebra deste princípio ético acua o jornalista. Também acua porque boa parte do jornalismo praticado carece de responsabilidade tanto na apuração, quanto na redação/edição das matérias. Ter as respostas na integra publicadas na internet desmonta as mágicas da edição e da distorção do apurado. Neste sentido, o blog cumpre uma missão gloriosa à cidadania. O detalhe de se publicar a integra antes ou depois da reportagem ir às ruas é que separa o joio do trigo. Publicar antes acua o bom repórter, desmonta o bom jornalismo investigativo - e coloca o bom e o mau jornalistas na mesma trincheira contra a iniciativa da Petrobras.

A Petrobras recuou, e isso foi um bom passo. Mas alguns posts “comemorativos” dão a sensação de haver perdido o senso, entorpecida pelo apoio massivo recebido dos internautas. Talvez não tenha entendido que o aplauso foi para a ação de transparência e objetividade de um órgão público. Não foi apenas o aplauso à Petrobras: foi principalmente o aplauso à boa lógica de uma empresa estatal. Publicar dados e fatos objetivos de temas abordados pela “grande mídia”, assim como a íntegra dos pronunciamentos da empresa para os repórteres, depois que a reportagem estiver nas ruas – fórmula simples, não?

Os aplausos esperam que a fórmula simples faça escola no aparelho do Estado. Querem transparência na lida com a coisa pública. Esperam especificamente que a Petrobras não distorça a excelente ferramenta que criou, transformando-a em mera arma de disputa ideológico-eleitoreira. Os aplausos votam uma vez a cada dois anos, mas agora admitem a possibilidade de maior participação política (cidadania) através de ferramentas da internet. A lisura desta ferramenta pública é sua única chance – e está nas mãos da Petrobras.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

e por falar em possibilidades



Pra não deixar o dia em branco, um exemplo delicioso de que o frevo pode ser feito por gente comum, sem grandes frescuras nem piruetas. Aumente a tela e imagine que é você mesmo, nestes dias molhados de inverno, com um grande guarda chuva na mão e a alma solta no passo. frêêêê-vôôô!!!

postagem reduzida por excesso de possibilidades

A necessidade real de procurar trabalho obrigou o escriba que vos tecla a não atualizar este blog na medida de sua vontade. Ontem tive algumas prosas sobre possibilidades profissionais, e daqui a pouco terei outra reunião que pelo que já sei, vai abrir mais possibilidades... Por enquanto estou vivendo o reino das possibilidades... Não é muito confortável, mas é melhor do que a completa falta de perspectivas.

Depois de cinco anos fora do Recife, a reentrada no mercado de trabalho não está fácil - principalmente em tempos de crise e levando em conta a minha incapacidade crônica de certa articulação. Mas não há o que fazer, senão ir tateando uma ou outra possibilidade. Espero poder sentar diante do computador ainda hoje à tarde pra postar algo decente.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Meta, que é paleta!



Tchê bagual, num entrevero feio como mulher de cego, o gaudério cheira a defunto, mas se atraca no lombo do pingo que nem carrapato em culhão de touro. Mais arisco que china que não quer serviço, o cavalo levanta a grimpa, se estrebucha no vento, mas por derradeiro vai lamber a canga nas mãos do peão. Esse taura mamou graxa de capincho! Mas ah, galovéi!

Meta seus olhos. São apenas 25 segunditos, mas vão te deixar de boca aberta que nem burro que comeu urtiga.

terça-feira, 9 de junho de 2009

tragédia mundial, vexame tupiniquim


Assistindo notícias e contra-notícias da operação de busca e resgate do AF447, a sensação é de despreparo e pequenez do Brasil pra lidar com assunto de tamanha relevância. E aqui não se fala de competência operacional. Aliás, Aeronáutica e Marinha atestam determinação e eficiência no comando prático da ação. Tia Cléa avalia e eu concordo, ao seu lado no sofá, que a estratégia, o comando geral é que parece displicente – quando não sádico-midiático.

A imprensa exige um ritmo descabido para a realidade de uma operação de resgate. Desde o início. Lula fez que não era com ele e passou a bola adiante. Com a batata quente nas mãos e louco por flashes, o ministro da Justiça respondeu com factóide. Precipitação e precisão até rimam, mas não resolvem – antes, pioram a situação. Mas deu sorte, o Jobim, depois do vexame. A estratégia operacional militar estava correta, logo deu certo. Salvou a cara do ministro, mas sujou a do Brasil. De qualquer modo, tirou o político de cena e o colocou em seu devido lugar.

Em seguida, a pressa seguiu seu destino. Eram 16 ou 17 corpos? Imaginamos o Jobim com fardamento camuflado, gorro na cabeça: “Nós falamos 17 corpos. Ninguém aqui falou que eram todos humanos. Um dos corpos era de um golfinho, morto num ataque de tubarões”. Maldade do cronista. Mas o resultado da nossa atuação enquanto nação coordenadora do processo de resgate dos destroços de uma tragédia mundial está sendo da mesma maneira trágico e histórico.

Acima de qualquer coisa, há 228 famílias fartas de dor e esperança. Famílias torturadas pelo nosso sangue latino, pela displicência com que lidamos com tudo ao sul do equador. Nosso povo se envergonha e chora a dor das famílias – torcemos juntos por um milagre.

Precisamos ser tratados com respeito. Lamentamos que “o cara” não tomou peito por justiça, como o povo esperava que fizesse. Normal seria Lula chorar como nós, mas numa visita às famílias, onde quer que elas estivessem. Tudo com um mínimo de protocolo, que seria sensivelmente quebrado - e ficaríamos orgulhosos desse "jeitão" nacional. Mas ele não fez nada. “Deve estar acontecendo alguma coisa, mas ele vai fazer”, confia Tia Cléa, que nunca votou em Lula.

sugestão de final pro Caminho das Índias


Depois de mais um debate dramático e raivoso entre Duda e Maya, esta entra rápido no quarto, quase sem conter o choro entre as mãos. Na cama, desata em soluços e lágrimas. Mais impulsiva, Duda vem atrás da oponente, disposta ao tudo ou nada. Na cabeceira da cama, entretanto, comove-se com a cena e instintivamente abraça a indiana. As duas choram entrelaçadas, num turbilhão de solidariedade, comunhão, amor. O beijo é consequência do amor e logo ocupa toda a cama e cada parte delas.

Raj chega em casa em meio ao tumulto e corre em direção ao quarto. Da porta, observa a cena. Se aproxima sem ser notado, tirando uma peça de roupa por vez. Com toda sabedoria sexual indiana, chega suave à cama, permite-se misturar àquele amor, e logo faz parte do holocausto de tanto ódio e desencontro.

Desde então se amam a três, a cinco, num amor que cresce a cada dia. Cuidam em harmonia dos filhos de Duda e de Maya - e pai é quem cria. Bahuan, que escolheu o caminho da ganância e do mal, vive foragido da Interpol num paraíso fiscal poligâmico, onde montou um harém, e sofre muito.

Sobe som: tetúnumáperícanehêin!

ainda pelos Caminhos das Índias

“Are Baguandi”, no Caminho das Índias, significa “puta que pariu”, em bom português do Brasil.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

o petróleo é nosso?


simples, certeiro e revelador
O excelente blog da Petrobras abre um novo momento no universo jornalístico. A grande mídia tupiniquim sempre se aproveitou do monopólio da informação e agora se mostra indignada com a possibilidade do contraponto nu e cru às suas imensas barrigas ser exposto democraticamente a quem tem acesso à internet. Sacada genial da equipe de comunicação da estatal - "a relação entre a Petrobras e os veículos de comunicação que a interpelam é essencialmente pública", vaticina o blog (http://www.petrobrasfatosedados.wordpress.com/). O escudo anti-mídia ainda cumpre o papel de tornar pública a imensa fragilidade argumentativa dos senhores brasileiros da informação. Viva a blogsfera!
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o que será que será?
E por falar nisso, é importante entender os interesses por trás de tamanha ofensiva contra a empresa brasileira. O lugar comum fala de eleições, possível calcanhar de aquiles do Governo Lula, chance única da oposição virar o jogo pra 2010... tsc tsc tsc... Claro que depois de aberta a caixa de pandora, dali pode sair qualquer coisa. Mas pra isso, não carecia de ser a Petrobras - qualquer empresa pública brasileira é uma grande caixa de pandora em potencial. O buraco é mais em cima.
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perguntem ao capital...
Quando foi descoberto o Campo Tupi (e sua vizinha Iara), o desde então famoso pré-sal, desmoralizar a Petrobras se tornou uma obsessão pros grandes interesses privados mundiais. Num momento-limite dos estoques de petróleo ao redor do mundo, eis que, no Brasil, surge uma das maiores reservas já descobertas (no mínimo, cerca de 100 bilhões de barris). De tal envergadura, que transforma o país em gigante do combustível que tem movido o planeta nos últimos 100 anos. Tal riqueza jamais poderá ficar nas mãos do Estado. Das duas, uma: ou Lula entrega o pré-sal pro capital internacional, ou ele o arranca de suas mãos - como sempre fez com todas as riquezas de todos os cantos do mundo, atravéz da história.
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e o cara, hein?
Pelo seu histórico de governo, Lula entrega as riquezas, mantendo um pequeno espaço pra interferência estatal. Acontece que desde o início desta crise, ele tem atuado mundialmente pela retomada do comando da economia pelo Estado. É o velho desenvolvimentismo aproveitando a crise. Desde sempre, Lula tem como meta tornar seu governo num marco na História do Brasil - e isso passa necessariamente pela condução do processo de exploração do pré-sal. O presidente sabe disso, e tem afirmado e reafirmado que o dinheiro do pré-sal será utilizado para uma "revolução na educação". Tanto a palavra revolução, quanto a perspectiva do dinheiro estar nas mãos do Estado (e, principalmente, a serviço da educação) causam convulsões nos liberais e neoliberais de plantão.
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mas como?
Pra acontecer a tal "revolução", é fundamental que o Estado brasileiro fique com a maior fatia do bolo do pré-sal - cabendo à iniciativa privada a exploração remunerada. Para isso, o governo está quase convicto de utilizar o modelo de partilha, nos campos de Tupi e Iara. Neste modelo, o monopólio é estatal e o Estado contrata empresas com as quais vai partilhar o lucro.
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negócio da china
Lula corre por fora pra garantir à estatal condições de avançar em tecnologia pra que o petróleo volte a ser nacionalizado (na era FHC, o sistema garantia propriedade dos campos leiloados às multinacionais) e a tal "revolução da educação" saia do discurso vazio pra possibilidade concreta (sonho de 8 em cada 10 brasileiros). Nesse sentido, podemos citar o empréstimo à Petrobrás de U$ 10 bilhões, negociado pessoalmente por nosso presidente junto ao governo chinês, em troca de petróleo mais barato.
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fique de olho
Até o dia 15 de junho (esta semana), o grupo interministerial criado pra elaborar a proposta de exploração do pré-sal que será encaminhada ao Congresso Nacional apresenta resultado. Tudo aponta prum modelo de leilão de áreas de exploração regido pela partilha. É o mais lucrativo para o Estado brasileiro. O capital não se conforma com menos do que todo lucro possível, e seus vassalos tupiniquins já fazem estardalhaço pra desmoralizar e desmontar a Petrobrás - como tanto tentaram fazer durante a era FHC.
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hoje, no Roda Viva
pros leitores que chegaram até aqui, um presentinho: o presidente da Petrobras, Sérgio Gabrielli, será a atração do Roda Viva, às 22h30, na TV Cultura. Os mais apressadinhos poderão assistir ao vivo pela internet, a partir das 18h30, no http://www.iptvcultura.com.br/. Desde as 17h30 os preparativos do programa já vão estar no ciberespaço. Imperdível.

sábado, 6 de junho de 2009

melhor de três num beco escuro


Certa madrugada, num beco escuro do centro do Recife, vinha o cronista pela calçada. Ao longe, na mesma calçada e em direção inversa, outro homem. Tanto espaço no bequinho, e o sujeito vinha logo de frente? Baixo a cabeça e atravesso a rua, pra evitar o confronto. Quando dou conta: o homem está mais perto, e na mesma minha calçada. Agora, sim, seria um assalto. Aproveito minha estatura pra impor certa reflexão ao oponente. Estufo o peito, prendo a respiração, coloco a mão direita dentro da camisa – veja bem: sou fortão e estou armado. No instante exato do inevitável, olho pro sujeito e vejo nos seus olhos pânico maior que o meu. Passou veloz e acuado ao meu lado, carregando a certeza de ser assaltado por mim.

Não tem muita graça, a história, mas sempre a associo à arenga midiática entre Jarbas Vasconcelos e Eduardo Campos. De um lado, acossado pela União por Pernambuco pra ser candidato, o senador acusa o sucessor de fazer um “Governo Virtual”, sem obras reais. Por sua vez, o atual governador zomba, diz que o tempo do senador “JÁ passou”, que Jarbas vai ao interior se reunir em auditórios com meia dúzia de pessoas, enquanto ele enche as ruas dos municípios por onde passa. No fundo, ambos esperam e temem o confronto, provável e histórico, em 2010.

Provável, porque a única chance de sucesso avistada pela atual oposição tem nome de Jarbas – este, homem de projeto, vai acabar se curvando. Antes disso, quer reestruturar a ex-vitoriosa aliança na base, nos diretórios do interior, nas relações entre os três grandes partidos da União por Pernambuco; resolver as pendências internas nas cidades onde a união está desunida; trazer Sérgio Guerra pro discurso; enfim, trabalhar duro pra construir uma possibilidade real de vitória, e não apenas uma candidatura de revanche. Entrar pra perder daria razão à pecha de “JÁ passou”.

Histórico, porque finaliza a melhor de três entre a União por Pernambuco e o grupo do finado Governador Miguel Arraes. Na primeira deu Jarbas, numa surra humilhante no velho mito. Na segunda, Dudu Campos vingou o avô, numa vitória retumbante sobre o grupo jarbista. Agora, estarão frente a frente, sem intermediários. Uma batalha de titãs – ou de cachorros grandes, a julgar pelo nível que a disputa começa a tomar nas páginas noticiosas.

Se até 2006 Jarbas era tido como imbatível eleitoralmente, de lá pra cá Eduardo Campos construiu uma situação que equilibra (ou inverte?) as coisas. O neto de Arraes se tornou homem de confiança do presidente Lula, comanda o Campo das Princesas, está bem aprovado nas pesquisas e demonstra uma capacidade de articulação que fez desmoronar a base da União por Pernambuco no interior. Não adianta mudar de calçada, nem torcer pra que o que vem esteja com mais medo. E se ambos afirmam que 2010 só se trata em 2010, é porque querem preparar seus exércitos, investir no seu lado da correlação de forças, consolidar e ampliar posições pro momento (tão esperado) do grande confronto. Senhoras e senhores, façam suas apostas.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

conversa fiada

m ' diz:
eu tava numa ponte dessas aqui de Recife, de short (e eu tenho uma tatuagem na perna), daí um cara desses empacotados

m ' diz:
me para e diz: teu pai é gay!

m ' diz:
ai olha pra minha perna e sai.

# galego # diz:
hahahahahahahaha

# galego # diz:
teu pai é gay?

um rei, e não sabia do Cristo!

Não havia lugar pra sentar, mas me acomodo bem no fundo do ônibus, encostado no apoio da descida da porta. Dali sou parte da equipe, os olhos do motorista pra situações ocultas ao limitado espelho. Gosto disso. Lavo o rosto com o vento da janela aberta e vou cedendo lugares vagos aos passageiros, até que sobre mais de um. Aí sento e viro passageiro.

Dessa vez, uma ladainha foi tomando corpo na cadeira atrás da minha. A princípio como um velho reclamando da vida. Calor, violência, desrespeito dos mais jovens? não fazia idéia da pauta do caboclo cansado, voz de fumo mascado. Mas na medida da fala a indignação superava a timidez e fui obrigado a olhar, oferecer ajuda.

O homem falava sozinho e questionava qualquer olhar ao alcance do seu. Fui pego no exato instante do olhar, quando desvendei o alvo de sua fúria: Herodes. “Imaginem: um rei, e não sabia do Cristo! Não sabia do Cristo! E era um rei, pode imaginar? Um rei que não saiba do Cristo...”. Capturado pela surrealidade, conheci o vazio da mente, flagrei minha completa ignorância.

De posse da minha consciência o velho profeta se houve compadecido da penúria de saber, da alienação. Balbuciei um “pois é, absurdo, né?”, enquanto tentava restabelecer as faculdades mentais. Antes disso virei pra frente e devo ter mexido também com o velho – pois baixou um pouco o volume da lamúria.

Na parada seguinte, a porta de saída se abriu e entrou um senhor, paletó bege ou branco encardido, bíblia esgarçada na mão. Ocupou meu tradicional posto abaixo do espelho. O caboclo atrás de mim anunciou: “chegou outro”. Não entendi até ter início mais um sermão.

O novo orador trazia a verdade no peito. “A maior virtude do cristão é a obediência!”, sapecou já na abertura, pra toda a platéia. E seguiu matraqueando de modo a constranger todo o obediente ônibus. Também constrangido, o próprio pastor buscava na bíblia a legitimidade. “Tem gente que não gosta de ouvir a palavra, mas a palavra existe pra ser pronunciada. Bem aventurados os que ouvem a palavra de Deus! A verdade vos te libertará!(sic)”.

A popularidade despencava parada a parada, e ele reafirmava a importância de pronunciar a palavra. “Jesus está breve a voltar! A palavra precisa ser pronunciada”. Em meio a sermões confusos e vazios, falou de amor. Deve ter sentido algum retorno, pois desembestou amor até o fim. “Deus é amor! A palavra de Deus é amor! O amor precisa ser pronunciado!”.

Bastante educados, os passageiros do Linha do Tiro. Se ninguém sequer olhava diretamente pro pastor, ao menos não escutei vaia. Era um silêncio respeitoso, interrompido pelas pequenas participações do meu vizinho de trás - “aleluia!”. Por fim, uma compilação musicada da palavra “glória”, cantada em dueto, seguida por frases guturais de um aramaico típico da Bomba do Hemetério ou do Caminho das Índias.

Acabou o sermão. Dois segundos de silêncio e o de trás resmunga: “digam amém, pelo menos, abençoados...”. A maioria dos olhares passageiros sintetizava solidariedade entre sufocados e respeitosos pela religião, ou por Deus. Alguns quase cochichavam “aleluia”, respondendo ao reclame. Pelo menos quatro pares de olhos acusaram o pastor ali de pilantra em treinamento de retórica, humildade pra fins comerciais ou trabalho de base ideológico. Fato é o avanço da guerrilha cristã fundamentalista e obtusa - a passos largos entre os mais espoliados, historicamente.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

pequenas bobagens

candidatura, agora, só com "reputação ilibada"
O projeto está no Senado e é do ilibadíssimo Pedro Simon. Além de reputação ilibada, também é obrigatória idoneidade moral. Tá, mas de onde importaremos políticos, pras eleições do ano que vem? Ou vai ser tipo vestibular pra curso desprestigiado, com duas ou três vagas por candidato?

é sem responder processo, pêdo-bó...
Pois é. Pela proposta, pra se candidatar o cidadão não pode estar respondendo processo na Justiça. É que no nosso país, ninguém precisa ser condenado, pra ter culpa presumida - foi o que aprendi no cursinho de direito civil. E ninguém pensaria em processar um oponente por motivo banal nas vésperas da convenção do partido. No país de Rui Barbosa? Jamais.

vocês querem que ele minta?
Há mais de mês me chama atenção vários outdoors do partido do deputado Eriberto Medeiros. Ao lado de uma foto do excelentíssimo, a frase: "Quer ser deputado? no P#%$ (sigla do partido)você tem mais chance". ãh?!

o menino do dedo de ouro
Segundo a propaganda do deputado federal Eduardo da Fonte, são de responsabilidade dele a vinda da copa do mundo pra Pernambuco e a redução da tarifa de luz. É um prodígio, o rapaz. Dizem que daqui pro fim do ano ele acaba com a crise mundial e com o linfoma da Dilma (ou com a chatice do Serra, a depender de quem ele queira eleger ano que vem - afinal, ele vai eleger qualquer um, mesmo...)

só um momento:


O que dizer da comoção deste jovem barbado diante de seu ídolo maior, Christopher Von Uckermann, ex-RBD? Ele tá lá, com o link piscando na página inicial do JCOnline, em foto do sempre certeiro Marcos Michael.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

pequenas bobagens

O cidadão precisa confiar na Justiça
Dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dão conta de que 58,8% dos processos que tramitam em tribunais e varas do Brasil não saem das prateleiras. Quase dois terços dos imbróglios nacionais por isso mesmo. Pernambuco, como em quase tudo na história brasileira, desponta na vanguarda. Na capitania de Duarte Coelho, 91% dos processos estancam ainda na primeira instância.

Na prática, isso representa...
Somente em Pernambuco, 12.128 detentos aguardam julgamento, 90% presos há mais de três meses. São as piabas do asfalto, presos por pequenos roubos, tráfico, assaltos. Na outra ponta da inércia jurídica, os tubarões permanecem à solta, livres ou aguardando o julgamento em liberdade – após pagar a fiança ou receber hábeas corpus de presidente do Supremo.

Um concorrente a menos
Apesar da populista gravata com cruzes, corações e “jesus” estampados, o ex-prefeito Newton Carneiro assistiu quase calado a rejeição de suas contas, na Câmara Municipal de Jaboatão. “Nunca fui bom em matemática, meus filhos”, maldade do cronista. Newton acusou oportunismo da vereância local – cometeram uma injustiça de olho nos votos dele pra deputado, ano que vem. Alguém duvida?

Filha de Peixe
E sua filha, a deputada Elina Carneiro, segue fiel a tradição política familiar. Um fenômeno, a moça. Sua atuação beira a ingenuidade, se não for uma esperteza dobrada. De qualquer forma, é primária e está acuada. Ô sangue forte...

fogo, pedra e fumaça


O sol castigava o juízo e o sinal não precisava estar fechado, mas estava. A viatura à frente fora sorteada com o último instante do amarelo. O vermelho era nosso: eu, na bicicleta, junto à calçada; ele, um rapazote num importado cinzento, na faixa de velocidade.

O bólido era um microondas e o jovem parecia pedir ajuda com o corpo quase pra fora. Preferiu a brisa ao ar condicionado – ou este estava quebrado, ou havia pouca gasolina, ou queria a fresca, ou qualquer coisa jamais sabida. Pelos hormônios em seu corpo e fogo que o sol instigava, parecia querer mais potência do motor – feito rosnar tipo bicho incomodado pela prisão semafórica.

Os próximos quinze segundos formam uma tatuagem na minha memória. Pivete na essência do termo, um menino vem da calçada pra faixa. Passa por mim nervoso, fissurado, sequer me percebe. Entretanto percebo seu olhar vidrado e o revólver brutal pra sua mão franzina e trêmula. Antes de cruzar por completo o importado, também o motorista percebe o assalto premente.

Arranca quase por sobre o pequeno nóia. Com agilidade de bicho de rua, o trombadinha livra o corpo e faz o que faria caso algo desse errado. Com o estampido, o carro descontrolado bate no sinal ainda fechado. Em volta, nossa meia dúzia de vidas para, chocada, enquanto o menino vasculha o outro ensanguentado, pra não perder a viagem.

Levou qualquer coisa, pra transformar em pedra e depois fumaça – como sua própria vida e a do semelhante morto no carro importado.

pequenas bobagens

Kátia Abreu pediu a Lula o comando da Embrapa
Sabemos que o agronegócio não tem partido (é acionista de todos os maiores), mas opositora tão ferina se curvar a pedir cargo do governo? Ou era mais uma genialidade da articulação política de Lula, descoberta e denunciada por um antigo rebelde interno, o jovem camarada Fernando Ferro?

Pizzaria, BigBrother ou circo de horrores?
No auge do descalabro moral do congresso, CPI virou instrumento de chantagem e barganha. Tudo em rede nacional. E tome secretaria pra tirar assinatura, comando regional de partido pra garantir mais uma rubrica, e quem sabe o governo não troca uma relatoria por duas presidências(?), bom, dependendo dos termos do acordo, podemos até dialogar...

Palavra, quando acesa...
Em outros tempos, o pânico da Lulândia com a instalação da CPI da Petrobrás significaria reconhecimento de culpa. Quem nada deve nada teme, certo? Mas o palco que se tornou a CPI (essa e todas as outras) aceita qualquer suspeita como indício com mídia nacional. Depois que a suspeita é levantada, não deita jamais.

Olhar do cronista
Não que a Lulândia não cometa irregularidades no comando da Petrobrás. Não tenho como afirmar que sim nem que não. O Estado Brasileiro, desde luzas eras, tem funcionado à base de corrupção, clientelismo, compadrio e descaso com a coisa pública, independente da cor partidária de sua condução.